flagrei a vida despindo-se,
qual menino incrédulo no que via,
olhando pelo buraco da fechadura,
esguia, altiva, leitosa em suas formas brandas,
tinha as costas lanhadas, talvez gostasse
acho que de teimosia, ou seria escravidão.
pensei por segundos em gritar,
agitar a porta, surpreendê-la,
quem sabe ficasse sem jeito.
se mostrando toda nua, vulnerável criatura.
que nada! fui tola, calei no que ela consentia.
e então percebi seu sorriso ,
sabia de mim o tempo todo,
esperando que eu agisse, que ousasse
pobre de mim, não percebi a tempo
de reverter o que há muito, eu já sabia
fátima nogueira
imagem * uma nota só