sexta-feira, 9 de abril de 2010
o barulho das teclas da velha máquina de escrever
cadenciando as palavras conforme a inspiração emergia,
num ritmo frenético e o que era da sua cabeça se perpetuava
em frases, sentenças de si, carregadas de uma alma
inquieta. formando um rosário de pensamentos materializados,
não na forma, mas no conteúdo, e nessa inquietude, tantos
papéis arrancados com voracidade fazendo o cilindro rodar,
parecendo assim uma engrenagem - e foi então que se deu
conta da fabricação das palavras, umas certinhas, formas
arredondadas, outras nem tanto, delicadas linhas,
extenso caminho, perigosos sentimentos, que guardados
eram seus, mas no papel já não lhe pertenciam mais.
e pensava como aquela gente leria aquilo e dava voltas
com o olhar seguindo a fumaça do café - companheiro e
combustível para as horas do degredo.
Fátima N.
imagem* lino matos
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