domingo, 6 de junho de 2010

bebo do café que me aguarda ávido,
colho das palavras algum sentido,
e penso nelas. quantas são as palavras?
a distância da Terra à Lua todos sabem.
a distância entre as palavras alguém mediu?
decerto muitas vivem à léguas, outras não.
umas grudadinhas - hifenizadas pobrezinhas.
e aquelas tão soberbas! e para que serve tanta
soberba, se no fim das contas ninguém vai saber?
e se souberem? qual a graça em se dizer
palavras incompreensíveis?


não entendeu, não captou?
não faz mal, é que algumas palavras, escaparam!!
olha lá!! ficaram loucas.
.
fátima nogueira.


imagem* uma nota só



6 comentários:

  1. Palavras ao vento !

    soltas e amarradas ...

    Bom Dia de Domingo

    =)

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  2. Buenas tardes,

    Fiquei ruminando seu questionamento.

    É uma dúvida interessante.

    As camadas sócio-culturais e a língua.

    Desde os tempos mais remotos a língua é instrumento de estratificação (ó uma delas) social, digamos que seja até uma pálida ofensa, uma leve humilhação, um desdém (outra).

    Em muitos casos também é ardil (outra) de sedução.

    Em outros tantos de demagogia (outra).

    Em mais outros é arma de duelo dissimulado (outra).

    E por aí vai.

    No dia a dia, o mais desagradável com a língua é a correção que o roto (outra) faz no rasgado.

    Como há alguns níveis na linguagem, Fá, o seu nível, qualquer que seja, será um tanto incompreensível para os níveis inferiores, mesmo que lhe pareça super natural, super compreensível.

    Olha, a língua é um interessante objeto de estudo, não sua morfologia, ou sua gramática, sim como expressão e interação humana.

    Bem, pra quem está de castigo, escrevi demais, mas ainda vou escrever mais um pouco, vou palpitar no seu último verso: como lhe conheço, ali onde está escrito "olha lá" eu li "alá", que nem sei se existe, mas sei que vc diz assim e acho que fica bom (acabei de ver que "alá" existe e diz exatamente o que vc diz, quando usa).

    Beijos...

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  3. ...
    irmã

    fico com a captação pura e simples,
    eu, que, como vc,
    sou uma eterna buscadora de palavras,
    plantadora delas
    .

    eu, como vc,
    prefiro não esmiuçá-las
    .
    antes, lanço-as como sementes ao vento e
    ah! que a recebam conforme suas necessidades
    e vontades...

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  4. ...
    ...
    esmiuçar razões e sentidos sempre me parece
    muito além do voo sagrado delas -as palavras -quando nascidas em cenário propenso à beleza e generosidade, como é a alma su
    ...


    bjos, irmã Gu

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  5. me acanho num canto, e fico...
    aceito um café, e me basta ficar uns momentos olhando lá longe, perdida dentro daquele galpão...
    se parece muito, com o galpão da antiga Tecelagem Paraíba, local tombado, que hoje abriga apenas lembranças. Fica ao lado de uma estrada de ferro, onde paineiras, ainda resistem. E eu, vez ou outra aproveito, encho as mãos daquelas bolas brancas, cheias de sementes, e guardo...
    acho que sou feita de guardar,e mesmo sabendo, não me importo.
    Importa-me, sentir...
    é isso...tem mais café??

    beijos, Fá!
    Muito lindo o momento captado!

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  6. Vim te olhar, vim sentir suas palavras e assim sorrir como gosto quando vejo a beleza de um ser humano. Te adoro amiga Fá. Beijos

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