numa noite dessas, sem que ela se desse conta,
as vírgulas voltaram, sorrateiras vieram aos montes,
bandos de vírgulas, todas querendo seus lugares nas
frases, pareciam doidas, combinavam coreografias,
até acrobacias, para a atenção dela tomar.
e então, eis que ela se deu conta que aquele regresso,
não era começo e sim o fim.
desesperada ela correu para as ruas, parando as pessoas
e dizendo: o senhor viu por aí o corretor de virgulas?
e ninguém sabia, nem ouvira falar.
vai ver mudou de ramo, disse alguém.
quem sabe seguros. é quem sabe seguros.
enlouqueceu a pobrezinha.
nunca mais ninguém ouviu falar dela.
mudaram de cidade, contam. mudaram?
sim, ela e as vírgulas.
Fátima N.
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imagem* praca infante d henrique -beatnick
pensando sobre o que seria ser um corretor de vírgulas...
ResponderExcluiré o que sabe das pausas necessárias? é o que sabe o momento certo?
mas a necessidade de pausa é igual a todos? todos têm de pausar no mesmo momento?
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há regras para isso.
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será q há regras para os momentos de parar, inspirar,e só então continuar?
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sei que vírgulas precisam ser colocadas e se assim não ocorrer, o efeito pode ser o contrário do desejado.
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desejado por quem?
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ah, hora de pausar rs
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fica bem...!
sempre!
___então penso que minha diferença com as vírgulas seja exatamente essa, a de entender que minha pausa, não é a sua, ou a dele, enfim. num desembestar de pensamentos, a respiração num fôlego só. acho que por isso tenho tanta urgência de tudo, é para poder respirar, mas só quando eu cansar.
ResponderExcluirsei lá!
enquanto forem vírgulas, há vida,
o problema maior é o ponto final.
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né?
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então.
obrigada, sempre!
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