sexta-feira, 9 de abril de 2010
uma angustia lhe apertava o peito, não sabia identificar
de onde vinha; talvez algum presságio, um desassossego,
e isso lhe acelerou o ritmo cardíaco, dando a impressão
de que o coração batia na garganta, e o som era ensurdecedor
as mãos molhadas pelo suor que aquela sensação lhe causava.
apertando os passos, lembrou que perto dali havia uma igreja,
era logo dobrando a esquina, parecia interminável o caminho
e os passos curtos. chegou quase sem fôlego, sentou-se no
primeiro banco, havia um silêncio absoluto, como se as imagens
cochichassem em latim, contando segredinhos entre si, observou
atentamente cada expressão dos santos e santos que esperavam
nos pedestais, talvez um pecador para ser perdoado, talvez uma
beata sugerindo penitência, ou uma pobre moça fazendo pedidos
inatendíveis - mas insistia, como num mantra. ali, sentada naquele
banco ela só queria a proteção que aquele templo lhe trazia.
experimentou por um bom tempo, paz. como era doce aquele
sentimento, a paz era o descanso, e novamente pensou nas
beatas dizendo um ''descanse em paz'' e isso lhe trouxe o
cheiro das bíblias que de tão manuseadas, exalavam um cheiro
salgado, não sabendo distinguir se do suor ou se das lágrimas.
Fátima N.
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imagem* alba luna
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